Para o presidente brasileiro, a sensação da comitiva nos Estados Unidos é de dever cumprido, principalmente pelo apoio para a entrada da OCDE. Entretanto, quem ganhou mais foi Donald Trump. Segundo Bolsonaro, alguém tinha que estender a mão primeiro.
Washington, DC — Pelo semblante da delegação brasileira ao chegar para a declaração conjunta dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump no Rose Garden, o jardim da Casa Branca, era possível concluir que o Brasil saiu dos Estados Unidos com a sensação de “missão cumprida” e quase tudo o que havia solicitado, inclusive o apoio para ingresso na Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) — o clube dos países ricos, que representa um selo de qualidade para negociações comerciais. Mas, como nem tudo na vida é exatamente do que jeito que se deseja, o presidente brasileiro, conforme escrito no comunicado da Casa Branca, concordou em iniciar os procedimentos para deixar de ter tratamento preferencial e diferenciado na Organização Mundial do Comércio.
Essa perspectiva, entretanto, não diminuiu a sensação de vitória da comitiva brasileira. É que diante do conjunto de oportunidades que se apresentam à frente, o resultado não poderia ter sido melhor em se tratando de uma primeira visita. A maior vitória do Brasil nessa viagem foi a inclusão do país como aliado extra do Tratado do Atlântico Norte (Otan), algo que, segundo o presidente Bolsonaro, ajudará o Brasil em questões de defesa, segurança e energia.
Bolsonaro estava tão feliz e tão bem-humorado com a visita que topou falar com a imprensa no meio da tarde, extra-agenda. Ali, na calçada da Blair House, onde está hospedado, falou sobre os principais temas abordados no encontro com Trump. Eles ficaram juntos por duas horas, incluindo almoço, encontro privado e a pose para fotos no Salão Oval. O gelo começou a ser quebrado ainda na sala presidencial, quando trocaram camisas das seleções de futebol dos dois países. Concluíram que têm mais em comum do que imaginavam. Ambos são pais de cinco filhos, tiveram mais de um casamento e posam com os mesmos ideais. Deram gargalhadas. Bolsonaro brincou no almoço, dizendo que Trump, de 72 anos, parecia mais jovem. E acrescentou: “Temos a idade da mulher que amamos”, disse Bolsonaro (Michelle tem 35 e Melania Trump, 48), para risada geral. Na declaração conjunta, no Rose Garden da Casa Branca, Trump classificou a eleição do presidente brasileiro como o “ocaso do socialismo nas Américas”.
Fonte: correiobraziliense
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